Eu estava em uma praia e corria, mas não na areia. Corria, sei lá porque, sei lá pra onde. Só corria. No horizonte o infinito e no chão um caminho que não acabava. Eu jamais sairia daquela praia. Então acordei, ainda era escuro. Passava das três mas ainda não eram cinco.
Levantei, lavei o rosto. Passei um café fresquinho. Um café amargo, um chocolate amargo mas um amor doce, por favor. Fiquei lembrando da praia enquanto o café pingava e dos rostos que apareceram. Que esquisito esse sonho, tinha gosto de saudade.
Saí de casa, parei no meio da calçada e olhei para cima. O céu parecia grande e infinito. O que vem depois das nuvens, estrelas? Até onde vai essa imensidão? Era azul, branco, alaranjado lá no finalzinho. O céu é grandão e eu, pequenino.
Olhos diferentes têm visões diferentes. Tente, sempre que puder, enxergar o mundo por outro ângulo. Tente, sempre que puder, enxergar o mundo pelo olhar de outro alguém. Às vezes o mundo já é o mesmo a muito tempo que ficamos cansados, mas quando vemos pelos olhos de outro alguém, acaba sendo um mundo totalmente novo.
Talvez nós estamos voltando a olhar a lua? Sentei no banco, acendi um cigarro e fiquei olhando as pessoas na rua. Estamos morrendo desde que chegamos e esquecemos de olhar a vista.
Voltei pra casa, pra minha cama. Já eram mais de seis. Quis voltar para a praia mas não para correr. Sentar, olhar o horizonte e pensar no mundo. E você, bem, você é meu mundo.