2024/02/13

Dia 2537


Há uma quietude inexplicável em uma xícara de café. E sentado aqui apreciando isso, o mundo parece quieto. Eu larguei o celular, voltei a escrever no caderno com uma simples caneta preta. Entrei no meu laboratório mental. 

Querido eu, me desculpe por não ter te salvado do caos do mundo até aqui. As coisas ficaram meio bagunçadas, mas vamos consertar tudo. São 7:00hs e o sol invade a casa pela janela da sala de estar sem pedir permissão. Como que um dia novo começa sem o anterior nem ter terminado ainda? Nem o dia, nem a vida esperam. Essa é a real. 

Estou sempre vivendo um dia para trás, pensando em um dia para frente. Entende? É necessário alinhar para o hoje, agora, às 8:20hs. A caneta vira pincel e com a tela em branco pincelo as dúvidas da minha vida ouvindo as músicas dos anos 2000. A cada batida, três estrofes de memórias misturadas com um jardim da sacada. A cada batida uma oração, um coração quentinho e uma sensação de felicidade. Um número digitado que nunca ligo, uma mensagem que nunca envio, um refrão que nunca canto. Tem dias que só no outro dia mesmo.

Olhar com calma aquilo que quero entender depressa. E quando fui ver, já me perdi em devaneios novamente. Já escrevi algumas linhas e lá se foram alguns minutos. Droga, eu não consegui parar o tempo naquele instante. Ou naqueles tantos outros instantes. E já foi, o café esfriou. 

Um comentário:

book e coffee disse...

"memórias misturadas com um jardim"