2024/04/20

Dia 2543

Entendi que me caracterizo dentro do conceito de solitário conhecido. As pessoas me conhecem, sabem meu nome e muitas coisas que fiz e faço. Ando nos lugares e as pessoas me param, perguntam como estou e dizem "que bom te ver". Mas quando chego em casa e coloco minha roupa na máquina de lavar é como se houvesse um precipício entre a lavanderia e a sala de estar. E fico ali, nu, entre dois mundos da qual não sei qual pertenço. 

Gostar de mim é perigoso, eu sou de verdade e isso assusta muita gente. É a intensidade de um trem bala misturada com o início de uma nascente. O que ninguém diz é que para toda nascente o fim é o oceano. Então transbordo em excessos.

Há uma diferença entre ser feliz e estar distraído da tristeza. Ultimamente tenho fugido, fingido, tentando aceitar, me direcionar pra outra rota. Um eterno esconde-esconde e espero que a solidão não me encontre. E se me encontrar, vai ser difícil a despedida. 

Eu tô de boa, só com saudade de uns tempos aí. Já vivi tantos recomeços que já nem parece a mesma vida. Parece que estou sempre preso no dia anterior do dia anterior. Do café só sobrou a marca dentro da xícara e de mim? Eu não faço ideia do que sobrou de mim. 

Bem vindo ao meu delírio. Aqui é confuso, esquecido, violento, dramático, romântico e ansioso. Respire. Não chegamos nem no meio do caminho. Acendi um cigarro, olhei pela janela e o mundo já não era mais o mesmo.

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