2018/03/31

Dia 2426

Hoje o café quente caiu no chão. Eram seis e meia, muito cedo. Eu precisava do café, mas o café quente caiu, e meu pé, não queimou, mas quase. Hoje eu passei o sinal vermelho. O sinal que nunca fecha cumpriu seu papel de fechar, e eu, que não vi, passei. A sensação de que estava atrasado. Atrasado para onde? Um desejo imenso de ser pontual. Pontual para quem? Hoje eu chutei o chão como se fosse uma bola. Mas eu não jogo bola. Hoje eu chutei o chão como se ele fosse macio, chutei com o mindinho, coitado, tão pequeno mas ainda assim grita de dor como se fosse grande. Hoje eu quase comprei um livro que eu já tinha e eu não quero falar sobre isso. Hoje eu fui no supermercado e ao ir embora eu levei o carrinho, pensando não sei no que nem onde. Esqueci o carro estacionado e fui em direção à saída com o carrinho. A bolsa jogada, as compras, a criança e eu, até que um homem gritou "ei, não pode levar, volta aqui". Hoje eu queimei a carne na panela. O almoço, atrasado como eu me sentia, saiu às 16h. Meu filho não quis almoçar às 16h. O almoço, atrasado e queimado, ficou na panela mesmo. Hoje eu olhei o celular 30, 40, 50 vezes, esperando, esperando. Não sei bem o que fico aqui esperando. Hoje pedi arrego, pedi pra ficar sozinho um pouco. Hoje eu tive um dia que, com licença Leminski, mas haja hoje para tanto hoje. Hoje eu tive um dia dos infernos, porque parece, hoje eu tô quase acreditando, que tem mais de um. Hoje eu tive que lidar com tanta bagunça, por fora, por dentro. Hoje eu quase rezei.

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