2024/06/08

Dia 2546

 

Acordei, fiz um café forte. Com a xícara na mão olhando pela janela da sacada o vento lá fora forçava as árvores a balançarem. As rajadas fortes nas folhas e galhos e depois a calmaria. Havia dança em tudo aquilo. 

Ontem fizemos amor, mas nem nos encostamos. Ela deitou no meu peito e me contou seus segredos mais secretos. Confiou em mim para falar seus pecados mais pesados. Seus medos mais obscuros. Suas inseguranças mais pertinentes. Suas vaidades mais envergonhadas. Suas vontades mais escondidas. Já era noite novamente. Fica, eu abri um vinho.

Aos meus pensamentos mais impuros, dedico a você. Nossos olhos transaram a noite toda. Enquanto se movimentamos e paramos. Enquanto eu tirava o sutiã e a calcinha dela. Enquanto eu beijava um pouco abaixo da barriga, um pouco acima da virilha, assim, no cantinho. Enquanto eu estava por cima. Enquanto ela estava por cima. Enquanto os movimentos pararam e só havia o barulho de respiração no quarto. Fica, eu abri um vinho.

Qualquer uma que tomasse o seu lugar seria uma substituta fraca. Amo você, com um amor tão grande que simplesmente não pode continuar crescendo no coração. As outras meu bem, são só as outras. Reciprocidade é quando um ri da risada do outro. Porque a vida é uma festa e estamos celebrando e transando. Estamos sorrindo, felizes. E quando o vinho acabar e eu olhar para você dormindo abraçando o meu travesseiro, já vou saber que a dança do lado de fora da janela é a comemoração deste momento.

Mas fica, eu abri um vinho.

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