Não sangrou, então ninguém percebeu quando eu morri. E eu já morri algumas vezes. Morri em 1999, em 2001. Morri de novo em 2010, 2011, 2012, 2014, 2015 e 2016. Morri também em 2019 e 2023. 2024. Mas ninguém está realmente sabendo disso e até se importando tanto. Um tanto faz, com "e daí?".
Cicatrizes que ninguém vê. Lágrimas que não molham. Feridas que não sangram e gritos que ninguém ouve. Eu era tão novo, tão animado. Que vontade de me pedir perdão, Deus!
Aprendi a não pegar o que não é meu. Eu entendo sua dor, eu realmente sinto muito, mas ela é sua e só você pode se salvar. Eu posso te ouvir, posso te dizer o que realmente penso, mas sua vida só muda quando você muda. O paraíso morre quando você fica triste.
A gente se mata todos os dias em dose conta gotas de suicídio não violentos. Morremos um pouco quando deixamos de ser quem gostaríamos. Quando silenciamos as nossas verdades, quando amamos e não somos amados, quando os vícios se tornam os melhores momentos, quando fazemos as coisas por obrigação e não por vontade. Morremos. Esse é o dia que perdi minha voz. Pagina 64, de um livro qualquer.
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