2015/10/17

Dia 2153


Mas ta faltando amor. Ta faltando, como é o nome? Carinho na mão. É isso, ta faltando carinho na mão. No braço do cinema, sentados tomando sorvete. Na fila de carregar o bilhete, sentados dentro do ônibus. Ta faltando isso ai cara.
Não importa quão pesado seja o mundo sobre as suas mãos, o toque é sempre como um balé cósmico na silhueta e tem a mesma leveza e sutileza do vento quando esbarra na minha pele.
Beijo também, eu acho. O melhor do beijo é o “que rufam os tambores”, é toda aquela sensação de frio na barriga sobre algo intenso que está pra acontecer entre dois corpos. Porque o beijo é pra ser dado na hora certa, para que seja inesquecível e diferente, para que seja tanto pra uma pessoa quanto pra outra. Porque o melhor do beijo é a expectativa de se encontrar no outro, de sentir. E esse “que rufam os tambores” é aquele momento em que eu estou tão perto do seu rosto que eu até posso sentir seu cheiro, é aquele momento em que o beijo tá ali na cara, quase saindo, quando os lábios quase se encostam, aquele momento em que tudo parece infinito e ainda nem começou.
E o resto além disso? Bem, eu não sei direito. Uma coisa é o amor, outra é a relação. Não sei se, quando duas pessoas estão na cama, não estarão, de fato, quatro: as duas que estão mais as duas que um e outro imaginam.
Só que o carinho na mão cara, ele é o momento. E isso não da pra mudar.
Eu te amo, tipo, pra caramba!

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