2020/09/06

Dia 2492


 Aos 70 anos de idade, seu coração já bateu cerca de 2,5 bilhões de vezes. Isso dizem os médicos e cientistas. Mas eles não avaliaram o meu, apaixonado. A saudade meu amigo, ela não bate, ela espanca. Chega uma hora que a gente cansa de apanhar. Então por isso eu queria falar sobre a noite passada, onde sonhei com ela. E eu tenho que dizer, senti saudade.

Ela me beijava, ela não estava esperando um beijo, ela me beijava mesmo. A maioria das mulheres esperam o beijo e sentem isso como se fosse um presente. Ela não, ela estava ali, de atitude e lábios me beijando. Transbordando desejo naquele beijo. Eu senti a presença dela, eu senti o teu gosto e teu cheiro. Acordei sorrindo, sentindo um cheiro de perfume que não estava ali, sentindo uma presença que não estava ali. Sentindo saudade mas essa sim, estava ali. Sorria quando nos afastamos. Quantas pessoas sorriem depois do beijo?

E quantas mulheres que beijamos que demonstravam tanto desejo por nós ao ponto de quebrar padrões e tomar atitude de fazer o que sentia vontade de fazer? Não sei você, mas comigo eu conto nos dedos e ela foi a única. Ela era a mulher mais fogosa que conheci e meu corpo queimava de prazer a cada beijo que ela me dava. Ela era a morfina de toda dor que um dia senti e a endorfina liberada a cada momento ao seu lado. Todo estímulo para o meu coração acelerar suas batidas e perder o ritmo.

Tenho me reconstruído todos os dias e confesso que não tem sido fácil. Principalmente quando a saudade decide voltar, porque sabe que ela não bate, espanca. E de tanto que meu coração bateu, hoje quis descansar e todos meus sonhos estão na UTI. Tudo é agora, hoje e basta um último suspiro e pronto. Tudo se vai e não tem mais volta. Tudo é agora e o agora já é tarde demais.


(Ft; M.E.-2020 - @umuniversointerno)

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