2013/02/05

Dia 1437


Eu sou da epoca que a gente usava all star com calça de bolso do lado. Deixava corrente pendurada do lado. Mostrava um pouco a cueca e achava que aquilo era charme. Ouvia uma batida legal e saia na rua se achando o tal. E o boné? Sempre pra trás. Chamava atenção das garotas fazendo piada com rima na aula. Todo mundo ria. Todo mundo olhava pro fundo da sala. Ser engraçado ja que não era bonito, essa era a lei.
Dai a gente cresce, fica igual a todo mundo e se esconde no meio da sociedade. E as coisas, coisinhas perdem a graça. Se veste como um homenzinho. Finge que tem responsabilidade.
Mas é, eu não acho ruim pegar chuva quando ando na rua seja pra onde for que eu esteja indo. E até gosto quando alguem me pede pra eu mostrar o que eu estou ouvindo dentro do meu fone tão alto. Coisas pequenas assim.
Só queria saber se a ruiva da historia que começou ainda lembra daquele por do sol ou da Audrey do livro. Se a professora ainda lembra do aluno problemático que virou Doutor. Se o bombeiro lembra da piada e do abraço. Se o cachorro lembra do carinho. Se a mãe lembra do choro e da risada. Se a amiga vai me aceitar se eu disser que sinto muito. Se a cicatriz vai curar e os pesadelos parar. Só queria saber se alguma coisa vai acontecer, por que cansei de não acontecer nada.

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