2013/02/12

Dia 1444

Era como se eu não pertencesse mais aqui. É, aqui. Aqui mesmo. Como se eu estivesse mas não estivesse ao mesmo tempo, entende? Não faço mais parte. Não me encontro. Não sei. Só, não.
Vai saber foi um dia atrás, um mês, uma vida... Que eu perdi a linha de quem eu era. Mas ai vem a seguinte pergunta: Quem sou eu agora? Caramba, são tantas perguntas e a gente olha no espelho perguntando quem é ali na frente. Engraçado, a gente mesmo devia responder essa pergunta. E por que não conseguimos?
Acho que ficamos tão amargurados pelas coisas chatas que acontecem na nossa vida que aos poucos vamos deixando de lado algumas caracteristicas que costumavamos ter. É essa parte que falamos que crescemos? Amadurecemos? E pra onde foi todo o resto? A vida não tem ralo pra tudo simplesmente descer e sumir.
Eu costumava parar em todos os lugares e formar uma opinião sobre tudo. Pausar tudo e prestar atenção no chão, no céu, nas pessoas... Sentir um pouco mais o vento bater na minha cara, a chuva respingar, o sol aquecer. Eu costumava fazer poesias inteiras dentro da minha cabeça. Eu costumava acreditar no circo que voava, no grilo que falava e nos sonhos que se realizavam. Eu costumava ficar ansioso para usar uma roupa nova, andar de carro, entrar na piscina... O tic-tac do tempo, a prosa leve que repousava no meu ombro.
Se bobiar fiquei velho demais. Meu tempo ja passou e essas coisas. Mas de verdade, não é algo que eu quero acreditar. Por que nos olhos daquele reflexo no espelho ainda estão cheio de sonhos.
E pra onde foi aquela pessoa? Eu sei que esta aqui em algum lugar. Eu sei que esta.

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