2023/10/01

Dia 2524

Tão discreta, mas puro fogo. De banho tomado e calcinha de renda. Com um perfume que é da pele dela e olhos cheios de desejo. Escrevendo no corpo um do outro o roteiro de um filme de amor censurado. Os olhos se beijam primeiro, sempre.

Todo dia de manhã eu vejo o nascer do sol em um copo de café e em você. Tem olhos de calmaria, cheiro de terra molhada e conforto em noites de chuva, abrigo perfeito. É que minha poesia meu bem, já é escrita nua.

Gosto de sentir seus olhos em mim enquanto eu desvio o olhar. Eu amo demais seus olhos para olhar com amor nos olhos de outra pessoa. Entende isso?  Enfim, eu sou todo seu. Rendido, completamente rendido e entregue, assim mesmo, sem resistência. 

Mas eu tenho uma urgência de calor, de pele na pele e dentes rangendo. De um esforço adicional para chegar a mais um ápice que nem sequer eu ou você sabia que poderíamos chegar. Uma necessidade grande desse rebate do corpo se afastando e se encontrando de novo e nesse vai e vem forte e sincronizado, a calmaria depois.

Eu queria dizer tanta coisa agora, mas minha boca está ocupada demais te beijando como se fosse a última vez. Eu queria te olhar tanto nesse momento, mas meus olhos estão fechados e contraídos sentindo sua respiração ofegante no meu ouvido. 

Um amor bom demais para ser vivido rapidamente. 


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