2012/12/04

Dia 1375

E eu, imóvel, vejo o mundo girar, as pessoas mudarem e as coisas acontecendo. Nada posso fazer, nada posso mudar.. Estou paralisado, sem equilíbrio e perdido em meio há tanta desordem. Pode-se passar anos ao lado de alguém falando coisas inteligentíssimas, citando poemas, esbanjando presença de espírito, sem alcançar a delicadeza de uma declaração genuína e libertadora: dar ao outro uma certeza e, com a certeza, a liberdade. O puro amor.
Faça o que fizer, não se auto-congratule demais, nem seja severo demais com você. As suas escolhas tem sempre metade das chances de dar certo. É assim pra todo mundo.
O mundo a minha volta gira em seu caos diário de pessoas oportunistas apunhalando a si próprias em suas sedes doentes de ser aquilo que nunca poderão ser. Às vezes você cansa de fazer o certo e decide se divertir, deixar a vida rolar, a noite chegar e o tempo parar. Você desiste de se importar com a opinião alheia e faz o que vier, o que não está prescrito no destino. Ás vezes sair da rotina, faz bem. E até ás vezes, a gente aproveita a noite sem pensar em como vai ser no dia seguinte quando clarear. Olhando assim, ninguém diz. Mas há toda uma explicação do porquê eu ser desse jeito. Só eu mesmo, que sempre estive comigo, aguentando as barras, as rupturas, os socos na cara.
Eu tinha apenas 16 e já achava que sabia demais. Tudo que eu tinha era um quarto, o dinheiro dos meus pais e alguns amigos que cabiam numa mão.
Agora, não passo de uma sombra em todos os lugares. Não faz diferença.

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