2013/10/18

Dia 1625

Eu sei que vou acabar sozinho. Uma hora ou outra, é o que acontece. A sombra vem e tampa o sol, não funciona assim? 
É como o cara que vai sempre no mesmo horario naquela doceria. Que faz o possivel pra passar naquela fila. Ele quer ser atendido por aquela moça, que sorri disfarçado. Ele gosta disso. Se tornou uma rotina. Ele passa, ela sorri. Mas, ninguém se fala. Porém é o que interiormente eles querem. São aquelas cenas de livros incriveis que projetamos na nossa cabeça. Primeiro, o autor descreve os personagens. Cor da camisa, modo como penteia o cabelo, sapato, tiquês, se o cinto é de couro ou não. Em seguida, o cenário. Logo, os coadjuvantes. Uma situação. Um dialogo é criado. Pronto. Você se apaixona pela historia, se em algum desses detalhes for semelhante a sua vida. Ou como você encara ela. Ou até, como você queria que acontecesse pra você. Mas nem sempre é como nos livros certo?

Ás vezes fico pensando, se não é um tanto quanto depressivo eu ler tanto esperando que entre aquelas entrelinhas eu me encontre um pouco mais? Eu escrevo, desabafo um pouco mais. Afinal, o que mais posso fazer? Como eu disse, eu vou acabar sozinho. Como os personagens dos livros. Que por sinal, a maioria se identifica bastante. Ninguém aguenta o chato, o velho, o cara cheio de manias como escrever, escrever, escrever. Penso: Se eu me casar, sera que ela respeitaria meu tempo escrevendo e só me interromperia pra me dar um beijo? Vai deixar eu ouvir meus acusticos do Legião Urbana e outros? Vai deixar eu mexer nas minhas fotos? Vai deixar eu entrar na minha estante?

Ponto final. Reticencias. Dois capitulos. 

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