2013/09/11

Dia 1593


Ela me disse que sentia a minha falta. E eu também sentia a dela sabe?

Ela é do tipo de pessoa que a gente pode falar sobre qualquer coisa. Ela é interessante. Me mostra mundos. E quantas pessoas você conhece que pode ficar por horas conversando? Ela não tinha nenhum preconceito sobre nenhum assunto. Falava de filmes e música, sobre a frase do rodapé da página do livro que leu. Ainda mais os livros.Sobre o tempo. Sobre todas as outras coisas. Se eu fizesse uma pergunta a ela, com certeza a resposta dela me satisfaria. Por que pra responder, ela pensava, fundia seu raciocinio com seus sentimentos. Sempre saia uma grande idéia. E eu conseguia escrever por dias em base no que ela me disse. Por horas, conversando sobre qualquer assunto. Uma grande parceira. Era genial as coisas que ela sentia. Jamais encontrei ou me deparei com outro coração assim.
Ainda quero levar ela pro centro da cidade pra tomar um sorvete e conversar sobre o tempo. Ficar nesse frio de São Paulo, a garoa fina vendo pela janela da doceria. Um passeio de expresso turistico. Mostrar como aqui é grande. Sentar em algum lugar legal e conversar e morrer de rir.
Quero ver aquele por do sol, na praia que ela teve aquele luau. Passar a tarde na varanda de casa. Sentir o cheiro dos cabelos dela. As coisas mais simples e tão belas. 
Dai hoje me pego em frente ao computador vendo passagens de avião e pensando: Eu deveria?
Há tanta solidão nesse mundo, tão grande que você consegue percebê-la pelo lento movimento dos ponteiros do relógio, pessoas são tão cansadas; mutiladas por amar ou não amar. Pondera, a utopia não serve mais. É preciso sentir, viver, saber e acima de tudo ter a certeza de que é real.
Me diga, todas essas estradas me levam de volta pra você?

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