2014/03/13

Dia 1785

É facil achar uma foda barata por ai, alguém que não quer nada além de qualquer coisa ou coisa alguma sem por assim dizer, sem sentimento nenhum. Mas legal é quando a gente encontra alguém que te faz um miojo qualquer mas cheio de amor. Que pega o copo da sua mão, acaba com a coca-cola e pede pra pegar mais mas dando risada safada. Que te traz um pedaço da barra de chocolate favorita. Legal é quando você encontra aquela mulher sem padrão de beleza porque ela tem beleza rara só dela, que chama atenção e que faz parecer como se todas as respostas fossem respondidas com o rosto dela, com o sorriso dela, com o corpo dela. Porque essa é minha beleza ideal.
Deixando as brincadeiras, o meu tipo físico e os clichês à parte (pero no mucho) amor simplesmente acontece. E aí, como passe de milagre, tudo passa a fazer mais sentido. O despertador tocando às 6h30 da manhã não é mais tão incômodo. O trânsito quilométrico de São Paulo fica menos insuportável. O som sai mais suave da vitrola, o chocolate soa ainda mais doce ao paladar, a brisa da noite se torna mais agradável. Aonde havia ausência, agora há presença. E aonde havia exagero, agora há equilíbrio.
Mas se é amor mesmo, meus caros, é inevitável: de certa forma, o universo quer que a gente se encontre. Que a gente pule da duna mais alta do deserto de olhos bem vendados. Porque o universo, ah, esse sabe que lá embaixo há um oásis pra toda a sede que há no mundo. E que só se afoga quem se desesperar. As mãos se entrelaçam perfeitamente, os sorrisos se correspondem, os anseios se complementam, o sexo é tão bom que chega a ser lógico. As virtudes do outro servem para despertar no um a vontade de ser ainda melhor. E aí, a vida vira uma valsa. Na cadência bonita dos compassos ternários, quem se ama se complementa. Irradia a luz do sol em sorrisos, gira a Terra em translação com os próprios pulsos, pulsa no ritmo do quebrar das ondas. Dá corda ao relógio do mundo. É aí que eles percebem: juntos, podem muito mais. Se ela tem o vermelho e ele tem o azul, juntos eles têm o violeta. Se ela chega com a voz e ele com o violão, juntos eles cantam e encantam em qualquer festa. De tão brilhantes que são como um par, o espelho já não reflete um sem o outro ao lado. Adeus, solidão. Tchau, vazio. Bye-bye, tristeza. Eles desvendaram o segredo do mundo: souberam encontrar a completude nas diferenças. Enfim, o amor serviu como uma luva. Serviu ao corpo, à mente e ao coração – muito melhor do que se tivesse sido feito sob medida.  E para encerrar, me aproprio de um sábio pensamento de Mário Quintana: “amor é quando a gente mora um no outro”.

E pra você, o que é amor?

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