2011/08/30

Dia 645

Meus pequenos diálogos da madrugada. Meus telefonemas sem chamada. Minha recíproca falhada. Minha palavra afiada. E toda certeza desconfiada.
Se eu começo a achar que as coisas que falo e faço são bobas e tolas, então todos vão começar a achar também. E ai a mágica desaparece. Mas se eu achar que são importantes, diferentes, inusitadas, mágicas e especiais. Então tudo vira uma bola só, onde as pessoas vão sentir todas as coisas, mas não vão conseguir explicar nenhuma delas. A mágica começa dentro da nossa cabeça.
Começar por último, terminar bem no final.
Tem professor que é meio rabujento, a gente chama de sargento. Tem menino que joga bola e meninas que jogam as bonecas fora. Tem gente estranha que toca em musical e gente que perde até a moral. Tem mulher acordando enquanto já tem homem fumando.
Tem muita coisa acontecendo, mas tem gente se esquecendo que tem que viver vivendo.
Vou ganhar milhões em dinheiro. Vou escrever um livro sobre o amor. Vou cantar sobre o céu e sobre um pedaço do meu paraíso. Mas tudo em inglês, que é pra haver riso. Do meu sotaque, com um pouco de conhaque. Da noite anterior, que me senti inferior. Ao homem da calçada, que estava toda molhada. Das lágrimas da menina, que procurava sua sina. E daquele rapaz, todo fugaz. Onde os dois escondiam a dor, procurando aquele eterno amor.
Longe do seu calor faz frio, longe do seu sorriso é tudo tão chato, mas quando estou com você tudo é esquecido e se transforma em alegria. Eu quero a paz do teu sorriso pra enfeitar meu paraíso.
E se eu dissesse que meu sonho é acordar ao seu lado, todas as manhãs?

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