2014/08/19

Dia 1951

Fomos até a praia e sentamos na areia fofa. Ela usava biquíni e um short jeans qualquer. Os pés dela se enterraram na areia e o horizonte era um plano sonoro com barulho de onda sobre as pedras. O céu era o telhado do mundo inteiro ali. De repente a imensidão do mar caiu, mas pra dentro dela. Comecei a ouvi-la contar sobre seus planos e sonhos, decepções e perdões. Sobre esperança e amor. E sobre o cara que a fazia rir.
Eu realmente tenho que dizer que adoro essa mulher. Adoro essa mulher mesmo. Ela é linda, ela é alegre, ela não presta. Nem eu. Mas é como dizem, tem abraço que parece beijo. E primeiramente, a beijei com meus olhos e ela sabe disso.
Eu tenho me perdido sabe? Cada vez mais e por nada consigo me achar de volta. Porque eu, eu só me achava em você. E eu sinto a sua falta. Essa deve ser a frase mais verdadeira que eu já disse nos últimos dias. Ou na ultima década. É que tem gente que é como um machucado: dói e deixa casquinha. Eu que sempre coço e não deixo cicatrizar. Pra estar sempre aqui, pra eu me lembrar de você. De você, do horizonte e dos seus pés fincados na areia. Vai ver essa é a âncora que todos falam, que todos desenham por ai. Talvez eu tenha perdido minha bussola e tenha ancorado nessa praia. Talvez seu coração até seja meu porto e daqui não desatracarei jamais. Nunca mais.
E então ela me olhou com aqueles olhinhos... Aqueles olhinhos...

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