2012/02/13

Dia 850

A primeira coisa que faço quando chego em casa...
Bem, na verdade essa é a hora que as coisas começam a aparecer. As dores acumuladas e ignoradas pelo dia todo. A nuca dói, pareca que levei uma paulada bem forte. As pernas latejam e pedem clemência. A barriga ronca de fome mas não sabe o que quer comer. Os olhos começam a fechar.
Eu tiro meus sapatos, ando descalço até o quarto. Tiro a carteira, o relógio, os óculos e coloco todas essas coisas em cima da mesinha do lado do Pato Donald de pelucia. Abro os botões da camisa, tiro ela e jogo no chão. Tiro o sinto, penduro ele... Tiro as calças, as meias e só sobra a cueca. Dai eu coloco uma musiquinha tranquila, a minha gata chega perto, eu me jogo na cama e ai... E agora eu praticamente desmaio.
Parece que fui espancado. E alguns dias é assim mesmo, a gente apanha tanto e nem sabe. Só vai perceber no fim do dia, que você se encontra com você mesmo. Conversa consigo e essa pessoa te adverte: você errou nisso, acertou naquilo, podia ter feito melhor, deveria ter ficado calado, podia ter aproveitado, quase que você arriscou nisso...
Liberte-se. O preço da liberdade tem efeitos colaterais.
E eu penso demais antes de capotar de sono hoje em dia. Penso nas pessoas que vi no dia, em pessoas que passaram pela minha vida. As situações que aprendi no dia, as que aprendi antes e que uso hoje. As pessoas que me arrancaram sorrisos e as que também me tiraram lágrimas. As que levaram um pedaço do meu coração e o que elas fizeram ou estão fazendo com eles agora.
Mas sabe, eu penso demais.
E amanhã é outro dia.
Algumas vezes tudo que você quer é que chegue o fim do dia. Algumas vezes tudo que você quer é que tenha alguém te esperando no fim do dia. E algumas vezes até, tudo que você quer é ter alguém pra contar como foi seu dia.

Um comentário:

Má disse...

Lindo pensamento! Realmente, eu gostei!!!