2014/06/24

Dia 1896

Esta bem, eu ja sentei.
Estou aqui em frente ao meu dilema friccional da minha mente. O de ver essa barrinha piscando e a minha ansia de passar uma mensagem. Mas que mensagem? Do que? Pra quem? Porque?
Ás vezes acho que já senti tudo que deveria sentir e tudo á partir daqui é apenas uma fração de algo de antes. É dificil falar sobre sentimentos, ainda mais agora. O que eu deveria falar afinal, quem sou eu pra dizer algo sobre tal coisa? O que eu entendo sobre isso? A resposta é evidente: Absolutamente zero. Nada.
Sentimentos são confusos, tanto quanto as pessoas. Sobre amar alguém, odiar alguém e voltar a amar esse mesmo alguém. Amar mais de uma pessoa ou não amar ninguém. É confuso definir. Como saber sobre o que é sentimento e diferenciar da ilusão da mente sobre o que você mais quer? 
Sabe, esses dias eu estava tomando café em uma starbucks qualquer no centro, perto da Av. Paulista cruzando com a Av. Angelica. Se aprende muito vendo os outros comerem. Se aprende muito ouvindo as conversas também. Alguns veem isso como falta de educação, mas eu não me intrometo. Sou apenas... Observador. Um casal á minha frente dialogava sobre a inclusão de Jesus Cristo no cotidiano. Sobre a influência causada pela palavra da bíblia no dia-a-dia das pessoas e como elas deveriam adorar mais a palavra Dele. Um casal tipicamente cristão, categoricamente classificados como os que nunca faltam as missas vestindo-se de roupas elegantes domingos a noite. Aposto outro café que esses dois não falam palavrão. 
Bem á frente deles havia um rapaz solitário conectado ao mundo virtual de todas as formas cabíveis. Será que pelo Google ele encontraria o Suportedamente? De fones de ouvido, excluído do barulho externo do mundo e atento ao celular inseparável amigo de muitos e do notebook onde cabiam 250 mega da vida dele. Que interessante se não fosse... Chato! 
Do outro lado, tinha uma mulher também sozinha mas parecia que ela estava á espera de alguém chegar. É claro que sim, ela havia subido para as mesas mas não havia pedido nada ainda. Será que eu poderia fazer companhia pra ela? É óbvio que sim, o que me impede? E se eu perguntasse, será que poderia me sentar com ela? Ia aceitar com certeza. O medo de ser indelicado é sempre maior do que o medo de acontecer algo ruim na mesa de uma cafeteria. Mas eu não o fiz. Não me levantei da mesa para me sentar ao lado da garota que tinha unhas de francesinha. Continuei sentado, observando.
Ás vezes o que me assusta quando percebo que estou em meio á devaneios pela interatividade das pessoas umas com as outras é pensar que do mesmo jeito que eu as observo, há alguém me observando. Mas e ela vai se levantar e vir falar comigo? Ela vai me ver como solitário ou Voyer? Ela vai me ver com curiosidade ou com medo? É até engraçado pensar essas coisas quando pelo lado real eu sei os acontecimentos de um observador. Nada acontece e nunca saímos do lugar. É mais felicito aproveitar-se dos sorrisos alheios do que esboçar um próprio. Isso é um pensamento muito triste de se ter? Essa é a parte que digo "acho que já senti tudo que deveria sentir". 
Ok, eu ainda estou sentado aqui tentando passar aquela tal mensagem. 
Dentro dessas linhas eu sou eu. É como estar apaixonado e ficar preso dentro do sonho que se quer. Dai a gente coloca uma coisa na nossa cabeça e começa a acreditar nisso até que seja verdade realmente. Ja vi o fim do mundo diversas vezes na vida. É um sentimento bem comum, pelo menos pra mim. E se eu tive algum dia que fui incêndio, hoje é só polvora molhada.

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