2015/05/10

Dia 2092

Sabia que no japão existem três maneiras de dizer “Eu te amo”? Você diz Daisuki para seus amigos e ficantes, diz Aishiteru para um namoro mais sério e Koishiteru para a pessoa com que você quer passar o resto da sua vida. E eles seguem isso à risca. Isso é uma das coisas que eu admiro neles. Eles não banalizaram o “Eu te amo” como nós fizemos. Aqui, dizemos "Eu te amo" com a facilidade que é dito "saúde" depois de ouvir alguém espirrando. Eu mesmo já arrisquei soltar essas três palavras e não senti olhando nos olhos de quem escutava o "eu também" que fosse. E olha que disse pra mais de um alguém. Escrevi para mais de um alguém, em um canhoto de bilhete, em uma carta, em um rodapé de livro, no mural do Facebook. Mas não é o tipo de situação que você diz "eu te amo" e ouve "eu te amo" como se fosse resposta, isso não parece uma pergunta. Não é uma pergunta. Não pode ser uma pergunta. Tem que ser afirmação, cheia de certeza e pleonasmo da absoluta acompanhada. 
Hoje é dia do "Eu lavo a louça, arruma o quarto ai" e "cócega não!". Ainda "olha pra mim, eu tô falando" e "eu to carente, você não vai fazer nada?". Também o "estou esperando você largar esse jogo ai e ficar comigo" e "vai tomar banho pra gente ficar junto". "Te trouxe o café" - essa é a melhor.
"Toma cuidado, volta rápido pra casa" e "Vou buscar o café". Aquela de "vou dormir ai hoje?" e "vai me avisando, to saindo de casa agora". "Já deu o biscoito da cachorra?" e "onde a gente vai comer hoje?" também podem ser usados. E os famosos "essa roupa não esta muito curta não?" e "essa roupa não combina".
Poderia ter sido o fim do mundo para nós. Mas não foi.

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