2016/02/14

Dia 2200

A gente não precisa ser vilão, eu acho. Basta explicar tudo direitinho, agradecer pela estadia, explicar que não existe culpa, que você quis se dar mais uma chance de ser feliz e sentir tudo aquilo que as pessoas merecem sentir: um arrepio na barriga enjoado que nem parece aquele bonito que é descrito nos livros de romance. Explica isso, fecha a porta do carro com carinho e assume a responsabilidade de pegar o seu futuro nas mãos e fazer o que bem entender com ele. E sem essa de ir adiante e quando a saudade e a solidão bater na porta do seu quarto, rapidamente enviar uma mensagem. Tenha orgulho ao menos.
A única certeza que temos na vida é a mudança. Tudo é temporário inclusive a nossa estadia por aqui. Se a mudança é certa, adaptar-se é uma constante. Ocorre que a adaptação não é um ato passivo. Adaptar-se não é se conformar, mas agir de acordo com a nova situação. Entendê-la. Desvendar porquê atraímos determinada situação. Quais gatilhos internos estão sendo disparados, o que precisamos desenvolver para sair da experiência mais conscientes, maduros, gratos e por que não, mais felizes.
Um dia você vai perceber, que não existe nada de errado com você. Vai se olhar no espelho e enxergar o quão especial você é. Vai sorrir, e agradecer por ser como é. Vai enxergar a mesmice do mundo, e sua diferença, uma diferença extraordinária. Ai você vai viver. Viver, assim como quem não quer nada. Sem querer mostrar para o mundo todas as coisas que acontecem com você. De repente, numa manhã ensolarada ou numa tarde chuvosa, você vai trombar alguém, assim como você. E a vida, vai enfim, sorrir.

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