2015/12/13

Dia 2175

Então ela me deixou fotografa-la. Eu disse que era trabalho, ela disse que era desejo. Pedi para que ficasse perto da janela, gostava de capturar a luz do sol invadindo o chão de madeira. Ela fez.
A casa estava vazia, estavam apenas eu e ela. Me disse antes de tudo começar que faria tudo que eu mandasse. E em meio aos livros de estudo, rascunhos impressos, anotações em bilhetes e grafites espalhados eu encontrava espaços onde pudesse trabalhar. A ideia era ter um book para mostrar para futuros clientes, ela foi a primeira a aceitar ser parte principal das fotos. Para um iniciante, é complicado achar de forma espontânea uma parceria que nos ajude a fazer um trabalho dessa natureza. 
Comecei a registrar alguns espaços, alguns cenários, vários sorrisos que nem ela mesmo sabia que estava acontecendo. Tinha um corpo bonito, seios não muito grandes como se ainda estivesse se desenvolvendo. Quadril, como se fosse desenhado de tão sinuoso. Conseguia fazer o desenho do corpo dela no ar com as mãos. Perguntou se poderia tirar a blusa e avisou que não havia nada por baixo. Nessa hora achei engraçado porque as bochechas dela ficaram da cor do reflexo dos fios de cabelo dela no sol.
Ela tinha tirado a sandália e mulheres que usam sandálias assim ficam tão sexy! Estava apenas com a calça preta apertada, cobrindo os seios com as mãos. Os cabelos ajudavam, eram relativamente compridos mas nem tanto. Eu não sabia se continuava a fotografar ou se dizia pra ela que estava apaixonado. Nessa hora ela virou pra mim e disse: Eu também, eu também.
Não houve mais fotos naquele dia. 

Nenhum comentário: