Dia 52

O mundo é grande demais. Acho que é por isso que certas coisas acontecem. O mundo, sendo grande do jeito que é, faz com que sobre espaços, frestas das quais as pessoas não percebem mas acontece, de separá-las, uma das outras. Por essas frestas que passam a insignificância de certas coisas acontecerem.

Pense, se o mundo fosse menor, as pessoas estariam mais juntas pela noção de espaço que há e com isso reparariam mais uma nas outras. Hoje em dia, não consigo terminar o caminho de volta para casa sem ver algo que me revolte e me faça refletir sobre este mundo. Um homem com fome vasculhando o lixo atrás de algo para comer; Uma criança no farol vendendo balas ao invés de brincar; Um cachorro magro e desnutrido caído no chão...
As coisas só tem importância se você acreditar que tem. O problema, é que ninguém da importância. Da pra ver que inferno esta vazio, os demônios estão aqui. Pois todas as piores coisas estão acontecendo aqui e agora e ninguém liga. Que demônios somos nós?
Nossa vida é tecida pelo mesmo fio de nossos sonhos. Por que os sonhos sempre nos concede o que cobiçamos acordados. E como podemos sonhar neste mundo? Como podemos por exemplo pensar em ter um filho num mundo desses? Como pensar no futuro de uma criança com tanta maldade e injustiça na nossa própria esquina? Eu poderia dizer "É, ta tudo errado, ta tudo uma bosta mesmo. Vamos sair daqui, tem que fazer todo mundo morar no meio do mato." Mas não. Não vou dizer, não vou... Não posso. 'Sou um homem combatendo outros homens...'
Fico triste? Fico! Mas a tristeza é o intervalo entre duas felicidades.
Somos todos idiotas em um mundo de tolos, dos quais os providos de inteligência são sucumbidos pela sociedade em que vivem. E tudo continua a mesma coisa. Nada muda. Mas uma coisa é imprensindível... A morte é certa, a vida não!
Vemos que se a gente não se ver... Bom dia, Boa tarde e Boa noite!