2012/03/11

Dia 894

"É a vida" Dizemos. Ta foda pra todo mundo.
Estou á 47hs sem dormir. Nem sei como estou conseguindo escrever. Acho que a vontade de me livrar de tudo isso é maior. Vence meu sono, meu cansaço.
Se algumas pessoas soubessem onde estou agora, provavelmente iriam querer me matar. Mas não literalmente, é mais aquela morte que a gente continua vivo mas com uma bronca moral. Principalmente se conseguissem ver as lembranças que voltam na minha cabeça quando estou nesse lugar. E ainda, com a companhia que visitei este 'aqui'. Além de uma enorme sensação de nostalgia eu fico me questionando se eu deveria ter tentado mais, feito mais... Deveria deixar meu orgulho de pessoa e orgulho masculinho também de lado? Será que eu conseguiria a felicidade que eu tinha de volta? Voltaria e me sentir mágico outra vez? De vez em quando em algumas horas do dia eu fico me martelando com essas questões. Não sei na verdade se é certo ou se deveria. Se é justo comigo mesmo entende?
Não tem mais graça e meus dias se tornaram uma repetição bem chata. Um dia reprisado pelo outro anterior. Sem aquela boa ansiedade que eu tinha para chegar um dia especial. Sem aquela boa sensação que da na boca do estomago de vez em quando, aquilo que as pessoas chamam de borboletas. Eu tinha, juro que tinha. Acho que voaram depressa demais.
E hoje, aqui sentado nessa estação vendo essas pessoas passarem eu me pergunto se só eu estou seco e amargo como café sem açucar.
A banca da praça da liberdade e os prédios atrás dela. As árvores e a torre pequena escondida através delas. E uma música dizendo que o amor dói, mas uma dor boa. Pessoas indo e vindo, algumas correndo e outras segurando suas bolsas. Muitos olhos puxados e alguns olhos cansados. Uma borboleta. Sempre tem uma por perto. Acho que elas gostam de mim. E uma nuvem andando com o vento. Como dois apaixonados que acabaram de passar.
Estou bem de frente para todo mundo. "Um e uma bicicleta" vai ser o nome desse lugar. Quem sabe se algum dia você sentar aqui vai entender. Será que vai ver o que eu vejo? Pois queria te emprestar meus olhos por breves segundos para que veja, meu mundo inteiramente seu.
Subindo as escadas ela me viu escrevendo e sorriu. Acho que posso parar por aqui.

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