2012/03/28

Dia 944

Não durmo cedo. Pode chamar, ligar, aparecer na janela: eu vou estar de olhos bem abertos. Pode me convidar para andar, conversar, olhas as estrelas ou ficar em silêncio. Pode me questionar, tirar para dançar, ler uma poesia ou pedir um carinho. Sou do tipo que considera a noite muito mais bonita. Sou, entre tantos tipos, daqueles que pouco dormem e muito sonham. Eu tenho encantos eternos pelos mistérios da noite. E o escuro também me abre visões.
Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não é a noite em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado.
Sonhos bons, por que cansei dos pesadelos. Dos sonhados e os da vida real.
No vazio cabe um monte de coisa, mas nenhuma se encaixa. "Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que, não sei aonde, para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi."
Nunca me conformei com o fim de nada. Por mais que eu sentisse que era a hora. Por mais que eu quisesse ou precisasse me livrar das coisas. O “acabou” sempre chega ou chegou como se eu jamais tivesse parado pra pensar nele. Cruel, terrível e doloroso além de mim. A vida não é apagável -pensei. Nem volta atrás. Ainda não construíram a máquina do tempo. Ninguém virá em meu socorro. Faz tanto tempo que invento meus próprios dias. Preciso começar por algum ponto.
Amanhã é outro dia, aprendi isso ontem. Sorria, você acordou mais um dia.

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