2012/03/24

Dia 933


Acho maldade quando a gente começa a escrever e o papel acaba. Ou a tinta da caneta. Por que as idéias não acabam.
Eu vejo os mesmos rostos todos os dias. Mas creio que essas pessoas nem sequer notam que tem alguém sentado escrevendo sobre elas. A porta abre e elas entram. A porta abre e elas saem. É sempre assim. Até na vida de cada um de nós. Eu sentado aqui no meu banco. De vez em quando só senta alguém do meu lado. Dai conversamos até as portas abrirem novamente.
As placas indicam a saida e para não fumar. O relógio marca as horas mas não emite nenhum som. Alguns vão, outros estão chegando. E quem a gente pensa que vai ficar acaba indo embora. Ás vezes para sempre.
Alguns dias eu penso que queria conhecer a história de cada um aqui. Suas alegrias e seus medos. Seus sonhos. Mas já tive experiências de conhecer os sonhos dos outros. Tentei ser o sonho. Tentei realizar sonhos. Mas as armadilhas que os sonhos nos dão, nem mesmo nós entendemos. E acabei ficando sem sonho algum.
Eu não sei nada do que escrevi ao certo agora. Só vou saber quando relê-las. As palavras. Mas por hora, vou sonhar. Sonhar. Por que as portas abriram e eu tenho que ir agora.