2012/03/18

Dia 920

Eu cortei a garganta dela. Deus, eu a amava. Amava tanto. Vi pedaços seus de dentro sairem para fora. E aquele sangue. Deus, como sangrava. E eu não conseguia parar de rir.
A faca na minha mão, ainda com pequenos pedaços da pele do pescoço dela grudados. Enquanto andava, minhas pegadas ficavam marcadas no sangue do chão. Era tanto sangue que parecia que o chão estava aberto e sangrando a ferida. A ferida aberta, um coração na mão. Eu tinha que fazê-lo. Tinha que arrancar seu coração para saber como foi para mim. Fazer sentir a mesma dor. Mas ela era forte, claro que lutaria.
Só queria que soubesse... Nem que eu vivesse mil anos eu te esqueceria. E se for necessário... Te amarei por mais mil anos.
Tentei tanto não fugir disso. Ainda bem que sempre existe outro dia. E outros sonhos. E outros risos. E outras coisas.
E Deus, eu não conseguia parar de rir.
Deixei um bilhete escrito em cima da sua face cadavérica para que todos lembrem, de serem importantes mas de verdade um para o outro. Eu te amo.

"todos estão sorrindo... e eu aqui.
todos estão viajando... e eu aqui.
todos estão felizes... e eu aqui.

agora todos estão tristes... e eu aqui.
todos estão chorando... e eu aqui.
todos estão chateados... e eu aqui.

todos estão dançando... e eu aqui.
todos estão passando... e eu aqui.
todos estão. "


Era feliz, porém vitima do seu abismo.

Um comentário:

Má disse...

Nossa...incrível. As imagens combinaram muito!