2012/08/13

Dia 1183

Havia um homem, na beira do telhado que pensava em se jogar.
Ele pensava muito no tempo e no espaço. Em toda sua geração perdida e na sua sociedade corrompida. Não se lembrava da ultima vez que cortou o cabelo ou que beijou sua mãe. Customizou sonhos, dissolveu idéias e digeriu sentimentos. Os vulcões em erupção, o céu escurecendo e o oceano se enfurecendo. Havia sangue nas mãos.
E todos nós vemos o homem no telhado. Espectadores, aplaudindo e esperando que ele pule.
Ele imaginava o sucesso em sua vida. Era utopico dizer, mas era tão trivial. Estava cansado de se sentir tão pesado. Com um peso de cem vidas que nenhuma era a dele. Ás vezes o mundo só fica chato demais. Às vezes a gente fica triste pelo que não aconteceu. Ás vezes só estamos carregando um fardo que não é nosso. Ás vezes também só estamos tentando concertar o problema do mundo inteiro. Ás vezes só... Queremos o bem de quem já nos fez bem.
Será mesmo que estamos tão velhos ou tão ocupados demais para de vez em quando parar e observar o céu?
Havia um homem, na beira do telhado que pensava em se jogar. Ele parou e voltou atrás. Fez uma prece, uma única prece.
Depois disso, nenhum outro café da manhã teve o mesmo gosto.

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