2012/08/14

Dia 1187

Na verdade, hoje era para ser um dia normal. Mas hojé é diferente. Pelo menos nesse banco.
Quando sentei neste banco para começar a escrever essas pequenas palavras outra vez, logo uma bonita moça sentou ao meu lado. Com rosto rosado, ela tem cabelos compridos e escuros. Veste uma roupa discreta e cotidiana, nada que chame muito a atenção para uma segunda-feira em São Paulo. Ela anda com passos pequenos e contraidos, como se tivesse dois pés esquerdos. Sentou-se em silêncio e com cuidado, não querendo interromper minha atenção ou distrair. Parecia que estava a espera de alguém. Olhava no relógio do pulso e no relógio da estação. Como se os microsegundos de diferença estivessem mostrando que estava mais perto ou mais longe o que esperava. Onde, seus pezinhos começaram a ficar inquietos.
Os trens chegavam e partiam. As pessoas embarcavam e ela não parava de olhar o relógio. Todos iam, nós ficavamos. Eu, uma cadeira vazia e ela. Ficamos assim por um bom tempo até que ela começou a tentar entender o que eu fazia ali. Com certeza eu não estava esperando alguém. Mas ja estava escrevendo sobre a mulher de cabelos escuros. Ela não parava de olhar e eu comecei a rir. Subitamente olhando para ela, ela se engraçou e abaixou a cabeça. É um dom que tenho, em deixar as pessoas assim... Sem graça.
Sem saber o que dizer, indagou a pergunta:
- O que você tanto escreve?
Eu sorri e disse:
- Uma historia sobre você!
Levantei e também parti. Não sei seu nome, seu sobrenome... Mas sei que a moça de cabelos escuros sorriu-me de volta hoje!

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