2012/08/16

Dia 1197

E se você escrevesse algo mas nunca entregasse ao remetente?
Todas aquelas palavras, escritas, lidas e relidas e logo depois dobradas. Alguns pontos e vírgulas esquecidos com o tempo. Em certos momentos de nostalgia, por uma foto ou uma música você caça esse pequeno pedaço de papel novamente. Tem as mesmas sensações de quando a escreveu pela primeira vez. Mas não procura o telefone para ligar para o remetente.
O papel fica amarelado, com cheiro de guardado. As palavras ali não mudam. Cada frase fazendo o sentido daquela completa mensagem. As pessoas sim, essas mudam.
E se você escrevesse algo mas nunca entregasse ao remetente?
Talvez, certas palavras não deveriam estar escritas. Elas deveriam escorregar por nossos lábios e encostar no coração de quem amamos. Talvez assim poderíamos entender. Entender o fato de que ás vezes as palavras nos tornam fracos ou mais fortes. Ficamos presos ao "sim" e ao "não", mais até no "talvez" e no "se". Que constrangedor! Acorrentados a pequenas frases.
Eu não tenho medo das minhas palavras. Eu tenho medo, que quem as lê não entenda metade do significado que elas tem pra mim. Por que as palavras são pesadas e ás vezes carregam o peso do mundo inteiro. Estas, carregam o peso do meu mundo. O peso do meu mundo inteiro.
E se você escrevesse algo mas nunca entregasse ao remetente?

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