2013/12/01

Dia 1665

Me perguntaram porque nao deu certo com a outra pessoa que eu estava mesmo que, eu gostava tanto dela. E de primeira nao soube responder. Voce imagina tudo sendo pela ultima vez e acaba nao sendo pela ultima vez. Bom eu nao preciso contar nenhuma historia de antes mesmo porque a historia ja foi contada entre essas linhas mais de uma vez. Eu demorei muito para entender que, nao é porque duas pessoas se gostam que necessariamente elas tem que ficar juntas. Infinitamente perdido no espaço do tempo vai estar sempre escrito uma bonita historia de amor. E eu nao preciso ser nenhum profeta ou filosofo para dizer que a maioria das pessoas daria a vida por uma historia daquela.
Chega um ponto em que voce apenas ve sua vida passar. Voce é o espectador. E ve a vida tao chata. Dai voce precisa tomar sua vida de volta, certo? A escolha entre começar de novo ou partir do ponto que havia parado. Eu? Sempre fui fã de recomeços. Ja fiz isso mais de uma vez irmao e tenho que te dizer: nao foi facil.
E ai alguma merda acontece. Sempre acontece. Voce fica pra baixo. Normal. Só nao pode deixar a estrutura abalar porque ai, complica. Todos temos nosso tempo de luto. Seja por morte natural, forçada ou interior. 
Abri os olhos e era dezembro. Ah, de novo não! O que é, agora, já foi, e o que seria é ou não é. Se alguém me dissesse o contrário, eu não duvidaria; olha só, já chegou dezembro… mais uma vez. Quantas vezes já não disse, ano após ano, a mesma coisa. Chega o tempo de pensar na vida, mas pra mim é o ano todo. Chega o tempo dos balanços, mas pra mim é o tempo todo. Mais uma vez, abri os olhos e era dezembro, mais uma vez. Todo dezembro alguma coisa acontece, seja por dentro ou seja por fora, todo dezembro é dezembro; horrível e perfeito, como todos nós, como todo fim; final, definitivo - ah não, mais um eu não aguento. Juro, esse é o último!, todo ano digo pra mim, mas sempre vem mais um dezembro me fazer o que o que já veio ainda não fez. Todo dezembro traz uma primeira e uma ultima vez. Todo dezembro é lembrança das luzinhas coloridas e de alguém passando fome. Todo dezembro, muita comida, sempre tem algo pra celebrar; até quando não tem. Abri os olhos, era dezembro. tudo de novo outra vez. O ano passou e eu nem vi. O ano mudou tudo - ou foi a gente, ou foi a vida… - e só quando chega dezembro eu vou perceber. O 13 vai ficando pra trás, assim como ficou o 12, o 11, o 10… e as pessoas que, com eles, foram. Mas, dessa vez, eu abri os olhos: era dezembro! De repente, assim, como se eu não esperasse um ano após o outro. Ano passado foi o fim do mundo, e agora, nada. Só mais um dezembro comum. Só mais uma vez, quem sabe a última. Tudo de novo. E mais outra. Eis: dezembro. Será… Dezembro, eis. Tão mau e solidário quanto todos nós.
Foi um sofrimento horrível, mas durante o ano em que passei imobilizado, pude compreender uma verdade: de tudo o que perdi, era o coração que me fazia mais falta. Ninguém pode amar sem coração. Eu tinha quase me esquecido como era gostar de alguém. Nem lembrava que era tipo colocar seu bem-estar em um pacotinho e entregar pra pessoa fazer o quê achar melhor.
Então, chegou dezembro mais uma vez.

Um comentário:

Mary disse...

Dezembro é sempre dezembro :x