2011/12/29

Dia 782

De manhã, quando acordei só consegui ver ela indo á cozinha vestindo minha camisa branca. Ela adorava usar minha camisa no dia seguinte de manhã. Ir preparar um café fresco por que sabia que eu adorava. Minha gravata não estava no alcance dos meus olhos, provavelmente estava debaixo da cama... Ela, entre outras coisas da noite passada.
Provavelmente ela não iria dizer como a minha mão deslisava do pescoço ao seu colo, segurando-a pela cintura. Ou os beijos que dei suavemente atrás da sua orelha. Ou quando ela abriu com certa violência o botão da minha calça, arreando-a para baixo. Ou ainda, as mãos dela alisando minha virilha e os beijos que ela deu com os lábios ainda molhados na minha barriga. Até mesmo seu quadril sentando por cima das minhas pernas. Os sussurros que dei ao pé do ouvido. Não, ela não vai falar disso pra ninguém. Nem pra melhor amiga ao telefone mais a tarde. Não vai colocar essas coisas em uma poesia ou algum trecho de livro que futuramente irá escrever.
Mas aquilo aconteceu. Não vai mudar. Esta gravado em nós. Como uma mania, um tique, um costume... Como uma música que não sai da cabeça. Eu sei que aconteceu. Ela sabe que acontece. E aquele quarto também sabe. Esta gravado lá. Em cada parede. Em cada gemido abafado pelos beijos.
Ela anda, pé ante pé em minha direção agora. O peito parece que vai estourar e a cabeça fica presa nas imagens de ontem enquanto ela se aproxima cada vez mais. O cheiro dela ainda esta aqui, consigo sentir. Eu olho pra ela, ela olha de volta. E sorri.
E agora parece que o mundo inteiro é bom. E que minha vida se resume naquele quarto. Naquele sorriso.

2 comentários:

Entre calcinhas ;) disse...

Faz tempo que não passo por aqui ...Mas, vejo que "nada mudou".. ou mudou, pra melhor talvez..
.... Curti seu texto! \o

Má disse...

Nossa...que lindo isso. Coisas que só ficam entre o casal msm. Lindos acontecimentos!