Dia 79

Odeio quem abraça essa apatia. Quem vê tudo e não diz nada, não aceita mas também não contradiz com o que está acontecendo. Quem não mostra as opiniões. Odeio quem segue o fluxo!
É foda não querer voltar para a própria casa. Saber que ali não parece mesmo sua casa e se sentir perdido em meio a tanta gente, não conhecendo nenhum deles. Porém, não querendo ouvir a voz de nenhum deles. Eu to todo fudido e o que talvez serviria para unir todo mundo, só fez todos se separarem e ir cada um pra um lado. Então não me diga que eu não posso fazer aquilo que eu sei que posso fazer. Não me diga que eu não posso ser aquilo que quero ser. E eu sou um músico, cujas canções só alguns conseguem ouvir, apenas aquelas que prestam atenção de verdade. Aqueles que perdem cinco minutos do dia, apenas para escutar alguém.

E eu prefiro, tirar férias deles do que de qualquer um. De todos eles, preciso de férias deles ás vezes. Dentro do quarto sozinho, no banho ou ouvindo música eu tiro minhas férias.
Que pena que só a noite a casa se cala. E ás vezes nem a noite, da pra ouvir os bérros de longe. O direito de gritar sem o direito de ser gritado. Uma prisão dentro de sete!
Ás vezes eu falo com a vida e ás vezes é ela quem me diz, que preciso me centrar para passar por essa prisão. Nem droga cura isso!
Apenas mais um grito no vácuo desse imenso silêncio, então apenas apague a luz e feche a porta ao sair do quarto, por favor.
Socorro!