2009/10/10

Dia 86

E no alto daqueles prédios eu percebi: como tem tanta coisa que eu ainda não vi.
A minha visão é muito estendida das coisas. A de todo mundo deveria ser assim. É tão bom. Poder de uma coisa, ver outras trinta e nem precisar sair do lugar. Quando eu era criança, não saia muito. Mesmo querendo, ninguém tinha muita paciência pra me levar pra passear. E quando eu dizia 'não tenho o que fazer', mamãe sempre dizia 'vai procurar o que fazer, vai brincar...' Era meio chato quando ela dizia isso, mas eu não tinha muita saída. Mas mesmo assim, com algumas pedras, talvez um pouco de terra eu conseguia ver um castelo, com torres e portões, lagos e florestas. Via cavaleiros e suas armaduras, lutando com suas espadas de aço batido e arcos pesados com flechas de ponta de pena branca. Via suas cruzadas sempre serem concluídas e os melhores cavaleiros serem batizados lordes das guerras que travavam.
Somos como cavaleiros. Temos o nosso castelo que tentamos defender a todo custo. Temos nossa cruzada que tentamos seguir com a maior das sabedorias. Subimos no nosso cavalo e cavalgamos por ai em busca de uma nova aventura. E de quebra, ainda salvamos a donzela. Então vamos pegar nossas espadas e escudos que a batalha nos aguarda.

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